É tempo de eleição


Marlene Marques Ávila

Em minha opinião existe um contrassenso no Brasil, a população passou a ter maior consciência de seus direitos, mas isso não se reflete na escolha dos governantes, haja vista o perfil de alguns candidatos eleitos para os diversos cargos públicos eletivos.
É como se de fato, ao eleger determinado candidato para presidente, senador, governador, deputado, prefeito, vereador, os eleitores e eleitoras não tivessem a noção que estão conferindo a tal pessoa autoridade, que via de regra é entendida (e exercida) como poder, para no período do respectivo mandato, representá-los (as) na administração pública do país, estados e municípios.
Em suma, isto significa que os eleitos e eleitas, têm a responsabilidade de buscar realizar o bem público, como por exemplo, a saúde, educação, a justiça. Não é à toa que na fase da campanha eleitoral todos (as) levantam a bandeira da saúde e educação, e depois de eleitos (as), a guardam bem fundo na gaveta para de lá retirá-la apenas na próxima campanha eleitoral, porque sim, podem ser reeleitos, independentemente de como tenham desempenhado seu papel na consecução dos objetivos para realizar o tal bem público.
Tais objetivos, conforme a Constituição Federal (CF) de 1988 contemplam a construção de uma sociedade justa livre e solidária; a garantia do desenvolvimento nacional; a erradicação da pobreza e marginalização, bem como a redução das desigualdades sociais e regionais, e, por fim, a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Como se vê, é grande a responsabilidade de cidadãos e cidadãs na realização dos objetivos previstos na CF, uma vez que seus representantes eleitos pelo voto, são os executores dos mesmos, ou deveriam ser. Mediante a realidade da sociedade brasileira, evidencia-se a má escolha dos seus representantes políticos. Com raras exceções, os mesmos não cumprem a responsabilidade para a qual foram eleitos, aí reside o contrassenso referido no início desta reflexão.
O não cumprimento dos objetivos relacionados na Carta Magna brasileira se traduz pela não realização dos direitos, e persistência das injustiças e iniquidades sociais. Cabe aos eleitores, buscar, durante a campanha, bem como na vida pregressa dos candidatos, identificar quais apresentam propostas responsáveis, concretas, viáveis, e, depois, acompanhar as realizações de seus eleitos e eleitas. Tal consciência política, ao se traduzir no voto, mostrará aos aventureiros políticos que a sociedade está atenta, farta de vê os recursos públicos financiando tristes espetáculos como os protagonizados pelos candidatos à prefeitura de São Paulo nestas últimas semanas, e vigilante, quanto ao cumprimento das responsabilidades de seus representantes.

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Marlene Marques Ávila

E-mail: marquesavilamarlene@gmail.com

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